den´ de mim¹ (transformação)
- lufelopes
- 2 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de nov. de 2021
RE\, essa silaba RE, acompanhada de \, diante de uma superfície refletida aparece a palavra REVER, onde encontro com Augusto de Campos:

Faço referência ao seu poema concreto e me aproprio, trazendo aos nossos dias. E utilizo da contra barra um símbolo criado para computação, universo digital no qual estou criando esta exposição.
Inicio com o éter, na própria função orgânica que é representado com a formula genérica, um átomo (O²) de oxigênio entre duas letras erres, assim R / O² \ R, como em nosso caso na palavra REVER. Faço um passeio pelas imagens em meu desenho para o vestido éter. Desde sua primeira criação para uma instalação, na qual fiz com o corpo pintado em gaze e colocado em uma moldura caixa preta. No seu interior coloco uma caveira feita de papel e duas frestas pelas quais se podia enxergar o interior desde a lateral e nas costas, exposta na vitrine e pelo qual se espiava a coluna vertebral da caveira. Essa foi uma exposição coletiva do nosso ateliê Torre de Papel em Barcelona, no dia 25 de abril de 1995, na Associación Kike. Pela primeira vez, utilizei a expressão TRANSFORMAACCIÓN a qual mantenho como uma marca em meus trabalhos. Essa instalação questionava o corpo e sua materialidade diante de quatro elementos: arluz, terraluz, fogoluz e águaluz; a bússoluz; na lateral um grande espelho e no teto sobrevoa um anjo feito de fio de alumínio e luzes. Busquei refletir sobre o espírito, sua materialidade e o que nos permeia. Fotos na sequência:












Dois meses depois, em 25 de junho de 1995, o Centro Cultural La Santa, para a festa de seu aniversário, me convida para montar uma instalação no altar que havia dentro do local. Foi quando utilizei a mesma pintura e a caveira, agora soltas de sua moldura. Fotos abaixo:



Em 1996 para receber amigos brasileiros arquitetos e próximo ao meu aniversário, faço uma performance vestindo o éter para o qual pinto as costas formando o corpo vestido éter.





Este ano de 2021, o vestido éter completa 26 anos e, muitas vezes ele foi utilizado. Nesta exposição, onde aparece conduzindo aos visitantes para três lugares assim: cabeça - evocação; tronco - informação e membros - transformação.





Das vivências descritas, momentos muito especiais ao lado de amigos como Regina Angelini, Gê Carolo, Roberto Scatolin, Lilian Kremers e Ana Lucia Ferraz. Em situações como: o fechamento do desfile do SESI Ribeirão Preto, SP, para o evento de Moda e Meio Ambiente (2009), as performances na abertura e fechamento na Universidade Federal de Uberlândia, trabalho desenvolvido para o curso de Arquitetura e Urbanismo (UFU-MG, 2011) com o tema ´abrigo para um sem-teto´ e a última recém performance durante os trabalhos do 29º Congresso Nacional da Federação de Arte/Educadores (CONFAEB), em Manaus, 2019.
Para terminar, acrescento fotos de momentos com trabalhos coletivos: primeiro a descoberta do trabalho no cinema, na (primeira foto) da rodagem do curta-metragem Ícaro (1995) do diretor Lu Pulici, na foto feita por Gustavo Olmos, estamos, começando por mim no canto esquerdo com o par de chifres na cabeça branca, uma espécie de anjo às avessas, Imanol Ossa, Lu Pulici, Marta Carbonell, Gemma Planchadell, Diana Machado, Ramon Enrich, André Cruz, Lluis de la Madrid, Pere Pueyo, Jumón Erra, Gustavo Olmos, Teresa Granados, Giorgina Camino, Imma Soarez, Patricia Prats, Crisitna Garcia e José Baron e na segunda do curta-metragem Melena (1994) da diretora Diana Machado.
Abaixo algumas fotos com meus alunos e colegas de trabalho em diversas situações: Barcelona oficina de carnaval 1993, Bauru oficina brinquedo de sucata 2006, alunos de arquitetura e urbanismo nas turmas de 2019:








Termino este lugar de transformação anexando um vídeo de aula recém ministrada, no dia 20 de março de 2021, a turma do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco, a convite do Prof. Dr. Radamés Alves Rocha da Silva para sua disciplina de Arte e Sociedade. Nela pude dialogar com os alunos de forma introdutória ao tema Arte e a Sociedade, com a principal referência o livro Arte e a Alma, de René Huyghe. Para esta ocasião, rever e ampliar, diálogos desde o nosso contemporâneo, perpassados por problemas universais como as pandemias da Peste Negra e do Corona Vírus e com possíveis conexões necessárias à educação. Levamos temas como o decolonial, os fundamentos de nossa cultura nas produções artísticas e nossa sociedade. O que nos faz diferenciados diante de nossas criações?
¹verso da letra de Carlos Rennó, com música de Gilberto Gil, Átimo de Pó (1995).
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